Cartagena como ela realmente é

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Tem alguns lugares que “não vão muito com a nossa cara” (ou nós com a cara deles)… Com Cartagena foi assim comigo, tive uma relação de amor e ódio com a cidade. E como meus textos sempre passam minhas opiniões pessoais sobre os lugares visitados, vou falar não somente do que gostei, como também do que não curti por lá.

A Torre do Relógio é a principal porta de entrada para a cidade murada, o centro antigo de Cartagena

Começando com o que não gostei:

O que é chato, mas MUITO CHATO em Cartagena é que você não consegue andar em paz pelas ruas. É tanta gente, mas tanta gente te abordando para oferecer coisas, que chega uma hora que dá vontade de pular no pescoço de um…

Me ofereceram de tudo por lá, desde lembrancinhas e passeios até drogas! E pode ter certeza que se aceitar alguma coisa, vão dar um jeito de superfaturar. Foi assim com as únicas duas coisas que aceitei: um tour a pé pela cidade, no qual o camarada cobrou muito mais do que valia por algo que eu poderia ter feito sozinho, e uma ostra que me custou o preço de três almoços!

Teve um dia que eu estava querendo trocar dinheiro, mas quando cheguei na casa de câmbio ela já estava fechada. Não é que do outro lado da rua tinha um cara observando e já queria me levar até outra casa de câmbio? É assim o tempo todo, sempre tem gente vagando pelas ruas observando os turistas e querendo oferecer qualquer serviço para faturar um pouco. A única solução é “fechar a cara” mesmo e não dar ouvidos para os chatos. Caso contrário você não terá paz.

Centro antigo, na cidade murada

Claro que eu entendo que isso se deve ao fato da situação econômica da Colômbia não ser nenhuma maravilha e ter muita gente vivendo na informalidade e tentando tirar alguma renda do turismo. Porém, fica complicado querer conhecer um lugar dessa forma. Dá a impressão de que Cartagena não está nada preparada para o turismo.

A parte antiga de Cartagena à noite (Iglesia de San Pedro Claver)

Outro ponto é que a cidade é extremamente quente e por essa razão muitos hotéis e hostels não contam com chuveiro elétrico! É só água fria mesmo. Ok, o calor que faz lá é tão infernal que quando você chega da rua não quer nem saber de água quente, porém, se você está a algum tempo no quarto com o ar condicionado ligado (coisa indispensável por lá) fica complicado tomar um banho frio! O que equilibra um pouco as coisas é que é tão calor que a água durante o dia sai morna do chuveiro.

Cartagena é tão quente que os gatos dormem em cima dos freezers… 🙂

Faz tanto calor por lá, que mesmo tendo ido no mês de maio, quando eu estava na rua muitas vezes entrava em lojas sem interesse em comprar nada, apenas para dar um tempo num ambiente com ar condicionado antes de recomeçar a caminhada…

Cartagena também não é nenhum exemplo de limpeza nas ruas ou de trânsito organizado, mas ok, eu não esperava mesmo encontrar isso. Está dentro do padrão de muitas das cidades da América do Sul.

Centro antigo

Feitas as reclamações, deixo os resmungos de lado e vamos às partes legais:

A cidade tem uma divisão bem clara entre a parte antiga, cercada por uma muralha, e a parte nova, que conta com muitos prédios bem modernos. A parte turística se concentra no centro antigo. As praias ficam na parte moderna, porém as praias da cidade são bem sem graça, a ponto de eu nem ter tido o menor interesse de frequentá-las. As praias bonitas ficam fora da cidade, especificamente a Playa Blanca, a cerca de 1 hora (de barco) do centro.

Casas coloridas no centro antigo de Cartagena

Ok, eu tinha dito que as reclamações haviam acabado, mas agora que citei a Playa Blanca lembrei que faltou reclamar dela… Sim, há muito o que reclamar de lá. Playa Blanca nada mais é do que um paraíso destruído pela exploração turística! Eu ia falar em detalhes sobre ela, mas achei um blog em que o autor já disse tudo o que eu iria escrever. Melhor do que eu explicar é dar uma conferida no link: https://www.buenasdicas.com/playa-blanca-5881/

Não tirei muitas fotos da Playa Blanca, mas é mais ou menos isso: uma praia bonita (ou que já foi bonita), mas cheia de gente e com a maior parte do espaço na areia invadido por barracas e quiosques. E com vendedores que, se bobear, te vendem até a mãe deles (com valor muito maior do que a véia vale, claro)…

Bom, se você voltou pra cá ao invés de ficar navegando no outro blog, continuemos…

Então, o que sobra de legal em Cartagena? Bem, o centro histórico é muito bonito, com suas casinhas coloridas, igrejas e prédios históricos. A comida é boa, dá pra comer bem sem gastar muito.

O Castelo de San Felipe de Barajas é outro ponto muito legal, não somente o próprio castelo (fortaleza na verdade), que é a maior obra militar espanhola no Novo Mundo, como também a belíssima vista que se tem da cidade a partir de lá.

Castelo de San Felipe de Barajas – é bem grande, nem coube inteiro na foto…
No interior do Castelo de San Felipe de Barajas
Cartagena vista do alto do Castelo de San Felipe de Barajas: a parte moderna quase no centro da foto. A parte antiga fica mais à direita
Cartagena vista do alto do Castelo de San Felipe de Barajas

Ah, e já que falei do calor, fica uma dica das boas: prove o suco de lulo. Conhecida como Naranjilla no Equador, Costa Rica e Panamá essa frutinha é chamada de lulo na Colômbia e seu suco é uma delícia!

Pra finalizar: então vale a pena conhecer Cartagena ou não? Vale sim, basta ir sabendo a respeito desses pontos negativos e curtir as coisas boas que a cidade tem a oferecer. Inclusive, suas percepções e opiniões podem ser diferentes das minhas!

Salto Bom Jardim, Sagrado e Tombo D’água, 3 cachoeiras de fácil acesso em Morretes-PR

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Procurando cachoeiras de fácil acesso em Morretes? Vou falar de três cachoeiras descobertas quase que por acidente em um dia cujo plano era subir morro com um amigo no Parque Estadual do Marumbi, porém não esperávamos encontra-lo fechado. O jeito foi repensar o que fazer e procurar alguma alternativa que estivesse fora do parque.

O resultado foram três cachoeiras muito bonitas que valeram muito a pena conhecer. Vamos a elas:

1. Salto Bom Jardim

Essa cachoeira fica próximo aos trilhos da ferrovia Curitiba-Paranaguá, não muito distante da estação ferroviária de Porto de Cima.

A parte mais bonita fica no alto, com um ótimo local para banho

O acesso é feito através da rua (que logo vira estrada) não pavimentada que começa em frente à igreja de São Sebastião de Porto de Cima. No início se chama Rua Marumby e logo vira Estrada da Estação, pois vai até a estação de Porto de Cima. Basta seguir por essa estrada, que termina no ponto onde ela encontra a ferrovia. Se você estiver de carro, o ponto onde deverá deixa-lo vai depender do tipo do veículo, pois a estrada vai piorando conforme se avança. Se for um carro baixo você pode deixa-lo no Porto de Cima mesmo e seguir toda a estrada a pé. Se for um 4×4 poderá ver até onde pode seguir pela estrada e talvez deixá-lo no final, junto à ferrovia, ou um pouco antes, onde há algumas casas. São 2,3 Km da igreja até a ferrovia.

Chegando na ferrovia você verá a estação de Porto de Cima à sua direita. Basta seguir para a esquerda por cerca de 1,7 Km. Você irá passar por uma única ponte e a trilha para a cachoeira estará à sua direita, próximo dela. Porém não há qualquer sinalização indicando a trilha. É preciso ficar atento para encontrá-la.

Aí são 10 a 15 minutos de trilha para se chegar à base do Salto Bom Jardim.

O sol não ajudou muito nesta foto, mas a vista do alto do Salto Bom Jardim vale a pena
Em amarelo o trajeto pela estrada do Porto de Cima até a ferrovia. A partir da primeira bandeira é o tajeto pelos trilhos (vermelho). A segunda bandeira marca o ponto onde se deve sair dos trilhos e acessar a cachoeira, pouco antes da segunda ponte.

Cuidados: não cruze a segunda ponte, pois a trilha fica ANTES e essa ponte está com desgastes nos “dormentes” que a tornam perigosa para travessia a pé. E lembre-se de tomar todo o cuidado quando estiver andando pela ferrovia! O tráfego de trens é intenso, especialmente em época de safra, e como é um terreno plano, a velocidade dos mesmos é maior. Certifique-se de ter espaço para se afastar dos trilhos no trecho onde estiver caso ouça a aproximação de um trem. E, logicamente, como qualquer cachoeira, essa apresenta seus riscos, especialmente na parte mais alta, onde uma queda pode ser fatal.

2. Salto Tombo D’água

Salto Tombo D’água

Essa bela cachoeira fica na região de São João da Graciosa, sendo que o acesso é por uma trilha que cruza o rio Tombo D’água. São cerca de 20 a 30 minutos de caminhada, dependendo do ponto por onde se iniciar.

As trilhas (são mais de uma) se iniciam no quilometro 11 da Estrada da Graciosa. Se estiver de carro, moto ou bike você pode começar a trilha deixando o veículo às margens da rodovia ou a partir de alguma propriedade particular, pagando uma taxa para isso.

Eu fiz a segunda opção e paguei 20 reais para deixar o carro. Entre outros locais, você pode fazer isso no Recanto das Saíras, Estrada da Graciosa, Km 11, Vila São João, Morretes. Fones: (41) 98850-9002 / (41) 98704-1268.

A trilha é curta e é importante apenas escolher um lugar mais raso para atravessar o rio e prestar atenção à alguns pontos de referência na mata para encontrar a cachoeira. Um deles é uma pequena represa de concreto abandonada. O ideal é se informar por lá mesmo antes de começar a trilha.

A cachoeira é ótima para banho, sendo que na sua base o fundo do rio é de areia e, se o volume de água não estiver muito alto, não é fundo, não passando de 1,5 metro.

Eu fui num dia em que não havia mais ninguém, porém o proprietário do local onde deixei o carro disse que costuma lotar nos finais de semana e dias quentes. Considerando-se que o espaço aos pés da cachoeira é bem pequeno, isso deve ser levado em conta quando decidir ir pra lá.

Imagem do Google Maps indica a localização do Salto Tombo D’água e da Estrada da Graciosa (PR-411). Há trilhas a partir do “Poço Preto” ou iniciando dentro de propriedades particulares. O ideal é se informar por lá.

3. Salto do Rio Sagrado

Salto do Rio Sagrado

Essa cachoeira está dentro de uma propriedade particular. Diferente das outras, tem toda uma estrutura no local para facilitar o acesso, além de lanchonete e banheiros.

Também fica mais distante das outras duas, pois está do outro lado da cidade.

Para acessá-la, caso esteja em Morretes é necessário seguir pela rodovia (PR-408) que sai da cidade em direção à BR-277. Ao chegar na BR seguir reto por baixo do viaduto (cruzando por baixo da rodovia), acessando a Estrada da Pitinga e logo depois a Estrada das Canavieiras.

Se estiver na BR-277, vindo de Curitiba sentido litoral, você deve entrar à direita na Estrada das Canavieiras próximo ao Mercado Rio Sagrado e 1 quilometro antes do viaduto de acesso a Morretes. Caso “perca” essa entrada, basta ir até o viaduto e pegar à direita, retornando pela estrada secundária e fazendo o acesso explicado anteriormente.

A estrada é asfaltada por vários quilômetros, depois não é pavimentada. No final do asfalto tem uma placa indicando “Candonga-Canavieiras” e uma ponte de madeira. É por ali que se deve seguir. No total são cerca de 12Km desde a BR-277 até o salto.

Chegando ao local há bastante espaço para se deixar o veículo, paga-se 20 reais para entrar e o acesso é através de uma escadaria feita com pneus de carro. Não leva mais que 10 a 15 minutos para se chegar à cachoeira.

Lanchonete e recepção para acessar a cachoeira

É importante salientar que tem lugares fundos na base da cachoeira, variando de 1 a 3 metros.

Opções de acesso para o Salto do Rio Sagrado vindo de Morretes (em verde) ou de Curitiba (em vermelho). A sequência não é difícil, pois há sinalização na Estrada das Canavieiras.

Cânion da Faxina

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Localizado em São Luíz do Purunã, distrito do município de Balsa Nova, na região metropolitana de Curitiba, o Cânion da Faxina é uma boa opção de aventura para o final de semana. São apenas 45Km de distância da capital paranaense até o distrito.

Visão geral do Cânion

A Serra de São Luíz do Purunã marca a divisão entre o primeiro e o segundo planalto paranaense, sendo que as escarpas do cânion formam um degrau para o segundo planalto.

O Cânion da Faxina pertence à chamada Escarpa Devoniana, um patrimônio natural com rochas de mais de 400 milhões de anos, que abriga rios, nascentes, formações rochosas diversas, e uma flora e fauna muito específicas, compostas de espécies ameaçadas de extinção, como o lobo-guará e a gralha-azul.

Além do belíssimo visual a partir do topo do cânion, onde alguns pontos servem como lindos mirantes naturais, a atração mais bonita é uma bela queda d’água, a qual só pode ser vista de cima. Alguns metros antes da cachoeira, é possível se banhar no riozinho, cujas águas são limpas.

A cachoeira vista de cima
A cachoeira vista à distância

A trilha:

A trilha não apresenta grandes dificuldades, apenas aclive constante. Pode ser classificada como fácil, desde que você esteja acostumado com um pouco de atividade física regular pelo menos.

O tempo de subida até o topo do cânion varia de acordo com seu preparo ou quantidade de paradas que fizer pelo caminho, mas podemos definir como algo entre 1 a 2 horas no máximo.

A Trilha segue, em sua maior parte, em campo aberto. O cânion fica à direita da foto
Parte da trilha vista do alto

Como chegar:

Vindo a partir de Curitiba pela BR-277, após cerca de 45Km deixar a rodovia entrando pelo portal de São Luíz do Purunã, seguir a estrada que desce ao povoado e pegar a primeira rua à direita. Menos de 1Km adiante há sinalização indicando a Estrada da Faxina à direita. Seguindo por ela são aproximadamente 8Km de estrada não pavimentada e existem placas que indicam onde fica o cânion e uma propriedade onde é possível deixar seu veículo.

O custo é de 20 reais por carro, sendo que nessa propriedade existe lanchonete e outros recursos. Você pode deixar o carro em outro local, já que é necessário caminhar uns 100 metros retornando pela estrada até o início da trilha que leva ao cânion, porém acredito que vale a pena deixar lá e evitar preocupações.

Cuidados:

A visita ao cânion é um passeio que pode ser feito em família, desde que todos tenham um mínimo de preparo físico para fazê-lo, porém, como toda trilha em área de montanha e natureza, apresenta seus riscos. Há áreas com risco de quedas que podem ser fatais. Então eu não aconselharia levar crianças pequenas e, mesmo no caso das maiores, é necessária atenção por parte dos pais.

Protetor solar é indispensável pois a maior parte da trilha, bem como o alto do cânion, é em campo aberto. Pelo mesmo motivo vale a recomendação de levar chapéu ou boné. Repelente de insetos também é uma boa pedida.

E, como em qualquer outra trilha, é importante ir com roupas leves e adequadas, tênis ou bota de trilha, levar água e alimentação.

Morro Araçatuba

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Localizado em Tijucas do Sul, município vizinho à Curitiba, o Araçatuba, com seus 1673m de altitude, está entre as montanhas mais altas do Paraná.

O morro faz parte do complexo da Serra do Mar, apesar de estar quase na divisa com o estado de Santa Catarina.

É uma montanha com encostas de vegetação baixa, sendo que sua subida é, na maior parte, em campo aberto.

No cume costuma ventar muito e é visível a mudança do tipo de vegetação à medida que se avança pela trilha. É considerada como a montanha mais fria do Paraná no inverno, sendo frequente o registro de temperaturas muito baixas, geadas fortes e uma constante variação de condições climáticas, como pancadas de chuva, cerração e ondas de frio repentinas. Se na base do morro a trilha atravessa uma área de mata com árvores, próximo ao cume a paisagem é totalmente dominada por capim e vegetação baixa sempre varrida pelo vento.

Montanhas da Serra do Mar paranaense e de Santa Catarina visíveis do cume do Araçatuba

Como chegar:

Partindo de Curitiba você deve pegar a BR-376 sentido Joinville. Após o pedágio (que fica distante 40Km do centro de Curitiba) continuar pela rodovia, passando as duas pontes da Represa Vossoroca, e 22Km após o pedágio entrar à direita em uma estrada rural, na comunidade chamada “Matulão”. Após 2,8Km há uma bifurcação onde se deve seguir à esquerda e depois de mais 3Km haverá placas indicando uma propriedade rural onde se pode deixar o carro e iniciar a trilha.

A estrada é boa, não apresentando dificuldades para carros mais baixos. E está bem sinalizada com relação ao acesso à trilha para subida do morro.

Até o início de 2020 a trilha se iniciava a partir de outra propriedade rural, situada um pouco antes, porém a proprietária desistiu de continuar com essa atividade e fechou o acesso por lá. Então o proprietário do sítio vizinho passou a receber os visitantes e apenas o início da trilha foi modificado, já que agora começa dentro de sua propriedade.

É cobrado R$ 20,00 por carro.

Propriedade onde se pode deixar o carro para subir o morro

A trilha:

A base está a 900 metros de altitude e o cume a 1673 metros, então temos uma subida de 773 metros.

Existem duas trilhas, ambas bem sinalizadas. Uma dista 3,8Km até o cume, sendo a mais íngreme e a outra 6,2Km. Eu subi pela de 3,8Km e desci pela de 6,2Km e achei que foi uma boa opção, pois não cheguei muito cansado ao cume e a mais longa segue por terreno mais plano, mas tem um belo visual. Vale a pena explorar as duas para ver mais das belas paisagens do lugar.

Sinalização bem completa já no início das trilhas

O tempo de subida é em torno de 2 horas (pela trilha mais curta), tudo dependendo, claro, do preparo de cada um ou da velocidade que desejar seguir. Se a descida for pela trilha longa o tempo será aproximadamente o mesmo, visto que o terreno é mais plano.

É uma trilha de dificuldade moderada, pois não apresenta grandes dificuldades técnicas, como trechos com grampos ou escalada, porém é uma subida em um aclive constante e relativamente longa.

Em dias de sol é necessário usar protetor solar e alguma proteção para a cabeça, pois apenas no início da trilha se atravessa mata fechada, todo o restante é feito em campo aberto.

No inverno tenha em mente que o cume costuma sempre estar gelado, então mesmo que esteja calor no início da trilha é bom levar algo para se proteger lá em cima. Na verdade, mesmo no verão isso pode ser necessário. Pelo menos uma “segunda pele” é interessante levar, pois ocupa pouco espaço na mochila e pode evitar maiores perrengues no cume.

A trilha está muito sinalizada. O proprietário da área na base fez um excelente trabalho de sinalização com placas ou marcações nas pedras. No início da trilha existe uma torneira, também instalada por ele, que traz água potável de um riacho. Pode-se beber sem problemas e é a última oportunidade para se abastecer de água.

Torneira no início da subida

Confira na galeria de fotos um resumo do que esperar dessa trilha.

No mais, as dicas para a subida são as mesmas de qualquer outro morro: levar água, algo pra comer, ir com roupas e calçados apropriados e não se expor a riscos desnecessários. E, lógico: na montanha só deixar as pegadas e só trazer fotos!

@lucianopavloski

Cuba VIII – Havana

Atualização: eu estive em Cuba em 2015, então considere que algumas coisas mudaram por lá nos últimos anos, em especial no que se refere ao acesso à tecnologia.

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O imponente Capitólio de Havana, um dos maiores edifícios do gênero no mundo e inspirado no capitólio americano, herança dos tempos em que Cuba e EUA andavam de mãos dadas…

Faz mais de 2 anos que iniciei as postagens sobre Cuba neste blog e até hoje estava faltando a postagem sobre Havana para fechar a série. Confesso que deu uma certa preguiça de repetir informações, já que existe muita informação sobre a cidade na internet. Então vou tentar falar um pouco das minhas impressões pessoais e não me ater muito aos detalhes dos pontos turísticos, os quais podem ser encontrados facilmente internet afora.

Eu tenho uma preferência por cidades pequenas e natureza, mas Havana é uma cidade muitíssimo interessante e ainda está um pouco longe de ter cara de cidade grande devido ao atraso em que Cuba mergulhou após a revolução. Na verdade gostei tanto de Havana que pretendo retornar quando puder.

Primeira dica para aproveitar ao máximo sua estadia em Havana: não seja o típico “turistão” que compra um pacote de viagem e vai sabendo o mínimo sobre o seu destino! Se não conhece muita coisa sobre Havana e a história de Cuba pesquise e leia antes, para não apenas ver, mas sim entender a cidade!

Quando se entende o contexto da Revolução Cubana, os motivos que levaram a ela e como era Havana antes desse divisor de águas na sua história, garanto que o passeio pela cidade se torna muito mais interessante.

Havana foi uma capital bem moderna no final dos anos 40 e década de 50, tendo coisas que somente grandes capitais europeias tinham e até mesmo foi pioneira em outros aspectos. Isso porque havia muito dinheiro correndo por lá, vindo principalmente dos americanos endinheirados que aproveitavam a proximidade com a Flórida para passar as férias ou mesmo apenas um final de semana em Cuba. Sim, muito desse dinheiro veio da máfia, prostituição, corrupção, lavagem de dinheiro e de outras coisas ilegais, e esse foi o estopim que levou à revolução. Sem contar que a capital ia bem, mas o resto do país se encontrava numa situação bem crítica nesse período. Mas não são essas questões que interessam discutir aqui, e sim o fato de que Havana foi uma grande cidade e ficou congelada no tempo a partir de 1959.

Então sugiro ao leitor interessado em conhecer Havana, antes de mais nada, entender como foi a fase do governo de Fulgêncio Batista e como tudo culminou com a revolução, além de buscar algumas fotos da Havana pré-revolução. E, claro, uma pesquisada sobre o passado colonial de Cuba também é interessante.

Veja por exemplo estes slides de Havana em 1955, quatro anos antes da revolução, pra entender o que quero dizer:

https://www.grayflannelsuit.net/blog/vintage-slides-depicting-life-cuba-1955

Ou este video:

Talvez seja por isso que gostei tanto de Havana. Mesmo sendo uma cidade bastante degradada, com muita pobreza, baixa infra-estrutura e uma infinidade de problemas a serem resolvidos, tem um passado interessantíssimo e andar por lá ainda parece uma viagem ao passado.

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A estação de trens de Havana e um velho Dodge dos anos 50. Quase dá pra dizer que essa foto foi tirada no século passado

Havana é uma cidade para ser vista com outros olhos, não da mesma forma que se explora uma grande cidade europeia ou americana por exemplo. Afinal ela é única devido à situação em que Cuba mergulhou durante a longa fase comunista. Não daria nem para comparar com cidades dos países comunistas do Leste Europeu, por exemplo, já que Cuba é um país caribenho, quente e colorido, muito diferente daqueles.

Então, meus queridos e queridas, como eu disse, não vou me estender falando sobre Havana. Toda a informação necessária sobre os pontos turísticos da cidade é facilmente encontrada na internet. Só vou deixar algumas fotos e uma dica de hospedagem. Um complemento sobre Havana é o primeiro post do blog: https://penaestradacabecanalua.wordpress.com/2016/02/24/cuba-i-cuba-realmente-parou-no-tempo/

E fica minha conclusão: independente de opiniões políticas vale muito a pena conhecer Havana! É o tipo do lugar onde é preciso ir pra entender. Muito se fala de Cuba, mas sem mergulhar na sua realidade por alguns dias e vivenciar o dia a dia do cubano, não tem como realmente entender o país e sua realidade.

Carros dos anos 50 passando pelo Malecón (a longa avenida que margeia o oceano) de Havana. Ao fundo o belo e cheio de história Hotel Nacional.


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Nos fundos do Hotel Nacional. Mesmo que não vá se hospedar aí, vale a pena fazer uma visita (gratuita) e tomar algo no hall do hotel, bem como conhecer alguns espaços que foram palco de reuniões da máfia americana ou frequentados por figuras famosas…


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O Castillo del Morro é um local imperdível em Havana. É possível chegar por terra ou fazer a travessia de barco para visitá-lo, e de lá se tem uma vista fantástica de Havana.


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Uma boa dica é ir no final da tarde ao Castillo del Morro e assistir o pôr do sol


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Um pouco do centro antigo de Havana visto do Castillo del Morro


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Perto do Teatro Nacional é possível contratar um tour pela cidade num carro dos anos 50. Não é muito barato, mas também é possivel fazer um tour maior com os ônibus turísticos e negociar um passeio mais curto de carro. Mas não deixe de fazer, tem tudo a ver com a “vibe” de Havana


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As marcas do regime comunista continuam por todas as partes, como nos prédios do governo…


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Havana tem belíssimos e imponentes prédios restaurados…


A Plaza de Armas, por exemplo, é um local onde todos os prédios ao seu redor foram restaurados…


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…porém tem também muitas coisas caindo aos pedaços


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Fora dos pontos turísticos a realidade das ruas de Havana, especialmente em “Habana Vieja”, é essa. Velhos casarões quase se desmanchando e muita pobreza. Acho que essa foto ilustra o que eu disse sobre a cidade já ter sido moderna e imponente e depois ter mergulhado num ciclo de decadência…

Onde ficar

Em Cuba praticamente só existem duas opções de hospedagem para estrangeiros: os hotéis e resorts caríssimos ou as “casas de família”. Não existem hotéis de categoria intermediária nem albergues ou hostels. As casas de família são casas grandes que os cubanos são autorizados pelo governo a alugar quartos para hóspedes. São uma opção bem em conta (média de 100 a 150 reais a diária) e oferecem bastante conforto, muitas vezes contando com ar condicionado, TV de LED, etc, coisas pouco comuns na vida dos cubanos. Além do mais são uma ótima opção para interagir com os moradores locais. Eu não trocaria a estadia numa casa de família por uma em hotel ou resort de jeito nenhum.

Caso se interesse, em Havana eu recomendo a casa (um apartamento na verdade) dos casal Jose e Elvira. São um casal de idosos extremamente cordiais e simpáticos. Pessoas que com certeza ficarão sempre nas minhas lembranças de viagem. Mas atenção: se você pretende ir para Havana passar a noite em baladas, chegar tarde da noite, etc, melhor escolher outro lugar em respeito à idade deles. O apartamento fica muito bem localizado em Habana Vieja e próximo a várias atrações.

http://elvirarenthavana.wixsite.com/oldhavana

A surreal Meteora

Existem lugares que de tão fantásticos nem parecem ser deste planeta e ficam para sempre na lembrança de quem por lá passou.

Assim é Meteora, um impressionante complexo de mosteiros do Cristianismo Oriental localizado na cidade grega de Kalabáka (ou Kalambaka, como também é referida em português).

Olha a altura disso…

Um dos vários mosteiros…

Mas não são simples mosteiros, são construções bem antigas feitas no alto de rochedos num local com um relevo de tirar o fôlego.

Doido não?

A primeira pergunta que vem a mente é “por que foram construir mosteiros em um lugar desses?”. A resposta: os monges eremitas foram perseguidos durante a ocupação otomana na Grécia e encontraram nos rochedos inacessíveis de Meteora um refúgio seguro.

Foram construídos mais de vinte mosteiros, mas hoje em dia existem apenas seis (cinco masculinos e um feminino): Megálos Metéoros (Grande Meteoro ou Mosteiro da Transfiguração), VarlaamÁgios Stéphanos (Santo Estevão), Ágia Tríada (Santíssima Trindade). São Nicolau Anapausas e Roussanou. Os demais desapareceram ou são ruínas.

O acesso aos mosteiros era feito por guindastes manuais e apenas em 1920 foram construídas escadas de acesso. Ou seja: os monges raramente desciam dos rochedos, sendo que os suprimentos eram colocados em cestos e içados para cima através de cordas. Quando desciam era pelo mesmo processo.

Até hoje os monges utilizam cestos com cordas para levar as compras para o alto ou bondinhos com cabos de aço para entrar e sair. É bem mais fácil que subir as longas escadarias…

Em 1988 Meteora se tornou Patrimônio Mundial da Unesco.

Tem mosteiros de vários tamanhos. Esse é um dos maiores

Como conhecer os mosteiros

O complexo de meteora fica junto à Kalabáka e à vizinha cidade de Kastraki e é cortado por uma estradinha asfaltada com cerca de 10Km que liga os mosteiros e as duas cidades.

Existem três opções: a pé, de ônibus ou de táxi. A mais prática é o ônibus que circula pela estrada dos mosteiros, mas como eu fui no inverno (janeiro) havia poucos turistas na cidade e o ônibus não estava circulando. O táxi ficaria bem caro, já que teria que ser usado por algumas horas. Restou então a opção de ir a pé pela trilha que começa na cidade e sobe até a estradinha dos mosteiros.

É uma boa caminhada, andei cerca de 10Km! E esse dia estava bem frio e eu gripado… Mas mesmo assim valeu a pena, apesar da canseira pude ver tudo de uma forma que não veria de ônibus ou táxi.

Este mapinha fornecido por lá é a melhor forma de ilustrar isso:

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O trajeto que fiz a pé foi seguindo a trilha (traçado verde) desde Kalabáka até encontrar a estrada (traçado vermelho) e seguindo por ela para a esquerda até sair em Kastraki e de lá retornar a Kalabáka (cerca de 10Km)

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Subindo a trilha e deixando Kalabáka para trás

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Parte da trilha é calçada. É uma boa subida, mas não chega a ser difícil.

Kalabáka vista de um dos mosteiros no alto da rocha

É bem altinho…

A menos que isso tenha mudado recentemente, Kalabáka não tinha nenhuma locadora de carros, o que seria outra opção para fazer o trajeto dos mosteiros.

A entrada nos mosteiros é paga e não cheguei a ir nos seis. Fui em três, pois nem todos ficam abertos para visitação nos mesmos dias e considerei que foi o suficiente pelo tempo que eu tinha e pelo fato de estar andando tanto a pé.

Em alguns mosteiros as escadarias de acesso passam por dentro da rocha

Uma coisa interessante: as mulheres que estiverem com roupas muito justas, saias ou bermudas precisam colocar uma bata ou canga quando entram nos mosteiros, a qual é emprestada na entrada.

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Dentro dos mosteiros apenas algumas áreas podem ser visitadas, pois os monges vivem lá normalmente

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Pátio de outro mosteiro

Nessa estradinha eu andei como um camelo… Até tentei uma carona na volta, mas os gregos não devem ter ido com a minha cara e ninguém parou

Como chegar:

Ir a Meteora é muito fácil, pois existem trens diretos desde Atenas até a cidade de Kalabáca. O preço varia entre 15 e 20 euros por trajeto e o tempo de viagem é de pouco mais de 4 horas e meia. O trem sai cedo da estação de Larissis (Atenas) e retorna de Kalabáca às 17:36 horas.

Inclusive tem algumas paisagens bem bonitas pelo caminho.

Apesar da ferrovia na Grécia ter sido abalada pela crise que o país enfrenta nos últimos anos, os trens nesse percurso são bons, rápidos e confortáveis. Tem ar condicionado, boas poltronas e um vagão lanchonete. Tinha sim uma coisinha ou outra estragada, mas no geral foi possível fazer uma boa viagem.

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O trem de Atenas a Kalabáka é confortável e estava meio vazio quando fui. Muitas pessoas desceram em cidades pelo caminho

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Chegando na pequena estação de Kalabáka

Onde ficar:

Eu optei por uma pousada simples, mas confortável e bem localizada, chamada Alsos House (http://www.alsoshouse.gr/). Recomendo ela tranquilamente. Os quartos são um pouco apertados, mas tem um bom café da manhã e ambiente familiar. O donos são um casal muito simpático e prestativo, tanto que chegaram a me levar de carro até a estação na volta, mesmo sem eu ter pedido. E outra vantagem é que a pousada fica a poucos passos da trilha para a caminhada em direção aos mosteiros.

A pousada e a impressionante vista dos rochedos ao fundo (a Also’s House é a da direita, onde tem uma bandeirinha no saguão)

Onde comer:

Kalabáka é uma cidade pequena, mas tem bons restaurantes com preços baixos, muitos deles frequentados mais pela população local do que pelos turistas. Então basta caminhar pelo centrinho da cidade e escolher.

Os gregos costumam comer a qualquer hora do dia e passar horas jogando conversa fora nos restaurantes. Portanto, não se preocupe com horários por lá: a qualquer hora do dia vai ter o que comer nos restaurantes.

E aí? Se animou? Se ainda não conhece e pretende conhecer a Grécia, recomendo fortemente incluir Meteora no roteiro, pois você não vai se arrepender!

Puerto Natales: a porta de entrada para Torres del Paine

Se não fosse o famoso parque Torres del Paine (falei dele aqui) talvez a pequena Puerto Natales fosse apenas mais uma bela cidadezinha meio esquecida no interior do Chile e pouco lembrada pelos viajantes.

Parte da cidade vista do pier

Acontece que Puerto Natales é praticamente passagem obrigatória para se chegar ao Parque Torres del Paine, pois na imensidão desabitada da Patagônia chilena ela é a cidade mais próxima do parque, mesmo estando a 145 quilometros!

Algumas distâncias a partir de Puerto Natales

Então este post é um complemento para quem deseja ir a Torres del Paine, já que dificilmente irá até lá sem passar por Puerto Natales.

A cidade é pequena (pouco mais de 19 mil habitantes) e por isso não tenho muito a dizer sobre ela, porém é muito bonita e conta com alguns atrativos naturais, que podem garantir até uns 2 dias de estadia por lá. Na vastidão pouco habitada da Patagônia, porém, Puerto Natales é uma cidade importante.

A cidade em si, não tem grandes atrativos, mas é calma, segura e bem cuidada

Puerto Natales é também o término (ou início, como preferir) da linha marítima proveniente de Puerto Montt, que fica uns 2.000km ao norte. Como o transporte rodoviário é meio complicado no sul do Chile devido ao relevo muito acidentado e cortado por braços de mar, lagos, etc, além da necessidade de cruzar a fronteira com a Argentina mais de uma vez, normalmente a maioria das pessoas opta por chegar a Puerto Natales de barco ou avião.

O legal mesmo na cidade é caminhar sem pressa e observar as ruas e praças e especialmente a margem do canal, que tem uma vista lindíssima.

Um detalhe é que o sol se põe muito tarde nessa região, ao menos em janeiro, quando estive por la. Nessa época o sol costuma se por entre 22:30h e 23:00h! E lá pelas 7:00h da manhã o dia está bem claro. Então a vida na cidade segue esse ritmo: muitos estabelecimentos comerciais fecham bem tarde, mas abrem tarde também, algumas vezes perto do meio dia. E “noite” adentro as pessoas estão circulando pela cidade, pois ainda tem muita luz até perto das 23:00h.

Essa foto foi tirada às 22hs! Demoooora para anoitecer em Puerto Natales

22:30h no canal e o sol começa a se por…

Uma rua da cidade e o canal ao fundo

Dito isso, segue um breve resumo do que ver e fazer por lá.

Cueva del Milodón: essa é a atração mais conhecida de Puerto Natales. É uma grande caverna que fica a 25 quilômetros da cidade. Lá foram descobertos pele, ossos e outros restos de um animal já extinto, o milodón, um tipo de preguiça gigante que habitava essa região e desapareceu há mais de 10 mil anos. Sinceramente, acabei não visitando esse lugar, pois não fiquei muito tempo na cidade e o objetivo era mesmo ir ao parque Torres del Paine, então não despertou “aquele” interesse na ocasião. Mas pelo que vi depois na internet e programas de TV parece ser interessante. Fico devendo fotos do local, mas se interessar inclua em seu roteiro.

Como não fui à Cueva del Milodón fico devendo uma foto, porém esta estátua na entrada da cidade ilustra o que seria o bichão…

Canal Señoret: Puerto Natales fica às margens desse canal navegável, que na verdade parece um grande lago, de águas muito calmas. É a parte mais bonita da cidade e dá pra passar um bom tempo apenas sentado na margem observando a natureza e as montanhas com neve ao longe. As águas são muitos limpas e, se tiver coragem, é possível entrar nas águas geladas.

O canal no cair da noite

Embarque para Puerto Montt: Puerto Natales está ligada a Puerto Montt, distante 2.000Km rumo ao norte do Chile pelos ferrys da empresa Navimag (https://www.navimag.com/es/ruta-fiordos-patagonicos-puerto-montt-puerto-natales-sur-de-chile). O percurso dura 4 dias e 3 noites costeando as geleiras da Patagônia. Era minha intenção fazer essa viagem, mas meu tempo era curto, por isso tive que optar pelo avião para fazer esse trajeto (decolando de Punta Arenas). Mas ainda pretendo voltar lá e fazer essa viagem de barco.

Um ferry da Navimag em Puerto Natales, recém chegado de Puerto Montt. Não foi desta vez que viajei nele, mas espero um dia ainda poder falar dessa viagem aqui.

Sobre alimentação e hospedagem

Existem vários hostels bem baratos e também alguns hotéis na cidade. Eu fiquei num hostel razoável com preços justos, mas não vou indicá-lo, pois tem muitos por lá, sendo possível reservar via internet ou escolher na hora.

A alimentação no Chile é bem cara. Em Puerto Natales você vai encontrar alguns restaurantes, sempre “a la carte”, mas não espere pagar muito barato. Uma opção mais econômica que eu encontrei não apenas lá, mas em todo o Chile, são sanduíches bem “caprichados” e com preços mais em conta, como o da foto. Normalmente os restaurantes tem um monte de opções de sanduíches em seus cardápios. Fica a dica se quiser economizar um pouco sem comer mal.

Sandubas caprichados são uma boa opção no Chile

Grécia no inverno vale a pena?

Essa foi a dúvida que me atormentou bastante antes de ir pra lá no inverno. Vou tentar responder de acordo com o meu ponto de vista.

Eu fui para a Grécia em pleno mês de janeiro, ou seja, justamente no ápice do inverno por lá. Janeiro costuma ser o mês mais frio e com mais dias chuvosos.

Teve dias mais frios e de céu nublado, como o dia da chegada em Atenas…

…mas também teve muito céu azul, como no segundo dia, no Partenon

Não sei precisar bem ao certo, mas a média de temperaturas foi algo em torno de uns 8 a 10ºC na maioria do tempo, mas nas horas mais quentes do dia chegava perto de uns 17 a 20°C. Porém, em alguns anos ocorrem invernos mais frios por lá.

Pra mim, que sou do Sul do Brasil, a temperatura não foi nada muito diferente do que costumamos enfrentar nos invernos daqui. Consegui sobreviver usando basicamente calça, camiseta, uma jaqueta não muito grossa e eventualmente uma blusa entre elas. Nas horas mais quentes dava pra ficar de camiseta tranquilamente. Se você está acostumado com temperaturas mais quentes talvez sinta mais dificuldades para se virar no inverno por lá.

Quanto ao clima, também tinha tudo para ser ruim, mas acho que dei sorte, pois a maioria dos dias foi de céu limpo e sol. Outros dias foram nublados, mas sem chuva.

Céu azul e temperatura agradável durante a maior parte deste dia de janeiro em Atenas

Essas duas tabelas ilustram as condições climáticas anuais médias em Atenas e Creta (considere Creta como uma média aproximada para as demais ilhas gregas):

tabela clima atenas

tabela clima creta

Vamos aos prós e contras e mais adiante falo melhor sobre cada ponto.

PRÓS:

  • CUSTOS: tudo fica bem mais barato durante a baixa temporada na Grécia. Em Atenas a diferença não é tão grande, já que a cidade não vive apenas de turismo, porém no interior sim, a diferença é bem grande.
  • TRANQUILIDADE: os pontos turísticos estão bem mais vazios no inverno. É possível ver as coisas com calma, sem enfrentar filas, sufoco e aperto.

CONTRAS:

  • CLIMA e TEMPERATURA: esses são os principais pontos a serem considerados, claro. Como já citei no começo, peguei um inverno ameno por lá, mas em outros anos pode ser um pouco mais rigoroso. Neve, porém, é meio raro na maior parte da Grécia.
  • SERVIÇOS REDUZIDOS E LOCAIS FECHADOS: em Atenas a vida segue normalmente no inverno e praticamente tudo funciona como no restante do ano. No interior, porém, as coisas são diferentes. Por conta da baixa procura, muitos hotéis e restaurantes de cidades turísticas fecham e os transportes ficam reduzidos.

Falando um pouco mais sobre os pontos citados acima:

Os custos mais baixos foram a grande vantagem de ir pra Grécia nessa época. Consegui me hospedar em hotéis muito bons com diárias custando menos da metade do valor cobrado na alta temporada! A viagem toda ficou muito mais barata do que se tivesse ido no verão. Calculo que os gastos foram uns 60% do que eu gastaria no verão.

A questão dos transportes precisa ser levada em conta, pois as coisas mudam no inverno. Eu incluí no roteiro duas ilhas bem diferentes e distantes entre si: Rodes e Santorini. O transporte mais usual de Atenas até as ilhas são os ferrys (barcos), mas como Rodes é uma das ilhas mais distantes (588 Km de Atenas) peguei um voo para lá para ganhar tempo. Depois a intenção era pegar um ferry de Rodes a Santorini (300 Km) e de lá outro para voltar a Atenas (mais 300Km). Porém, no inverno as saídas dos ferrys ficam bem reduzidas e quando fui comprar passagens descobri que só haveria ferry para Santorini dali a dois dias (no verão tem diariamente). Pra não detonar com a programação e ficar sem tempo pra conhecer Santorini, fui obrigado a voltar para Atenas de ferry e de lá pegar outro para Santorini. Com isso perdi quase um dia (pra não perder dois esperando em Rodes), fora a canseira de passar tanto tempo nos ferrys…

Já em Meteora existe um ônibus que faz o trajeto entre os mosteiros, que são a grande atração de lá, mas no inverno esse ônibus não circula. Não havia locadora de carros na cidade e fazer o percurso de táxi ficaria bem caro. Acabei fazendo o percurso a pé. Não foi ruim, na verdade até foi bem bacana, pois deu pra curtir bastante a belíssima paisagem, mas foram cerca de 10Km de caminhada! Convém saber disso antes de ir pra lá no inverno…

E ainda sobre o clima: em Atenas faz pouca diferença se é inverno ou verão, pois a cidade é grande e segue o ritmo de sempre. O inverno até tem a vantagem de ter menos pessoas nos pontos turísticos, principalmente na Acrópole.

Mas nas ilhas gregas o clima faz sim, bastante diferença. No inverno as ilhas ficam praticamente vazias e muita coisa fecha. Se no verão elas estão entre os maiores points turísticos da Europa, no inverno mal se vê algum turista por lá. E infelizmente fica impossível curtir as belíssimas praias, pois o mar fica bem gelado. Resta apenas andar pela areia e curtir o visual.

Na deserta praia de Lindos, em Rodes. No inverno isso ferve de turistas… De camiseta, mas não quente o suficiente pra se aventurar na água.

Muitos gregos vivem de uma forma interessante: residem em Atenas ou outras cidades do continente nos meses frios e passam a alta temporada nas ilhas, administrando ou trabalhando como funcionários de restaurantes e hotéis. Mas no inverno eles simplesmente fecham tudo e se mandam. Até mesmo muitos carros eles deixam parados  – muitas vezes estacionados nas ruas – nas ilhas e só voltam a utilizá-los quando retornam na próxima temporada. Então nas ilhas sobra muito pouca coisa em funcionamento e a maioria das pessoas que ficam no inverno são os moradores permanentes.

Por um lado fica tudo um tanto “melancólico”, mas por outro tem alguma vantagem. Por exemplo, em Rodes fiquei num ótimo hotel de frente para a praia e muito bem localizado por uma diária baixíssima, já que não devia estar nem com 20% de sua lotação.

Da janela do hotel dava pra ver essa praia linda em Rodes, porém só meia dúzia de europeus corajosos se aventuraram um pouco no mar, eu não tive coragem de encarar. No verão o espaço na areia é disputado pelos turistas.

Em Santorini igualmente havia poucos turistas e lá o clima incomodou mais, pois estava bem mais frio do que em Atenas e Rodes, já que venta muito na ilha. Também não pude ver o famoso pôr do sol na vila de Óia, pois o dia terminou nublado e com uma leve garoa. Mas Óia estava quase deserta. Se no verão os turistas se apinham disputando lugar, no inverno você mal vê alguém por lá.

Em Óia, Santorini, praticamente deserta. Deu pra tirar a jaqueta em alguns momentos, mas predominou o frio e não teve pôr do sol…

Em Meteora estava talvez até mais frio do que em Santorini, porém não fez tanta diferença por lá, já que o frio até combinou com a paisagem de montanha.

Uma coisa legal é o fato de que os gregos tem um jeito bem tranquilo de levar a vida e adoram passar horas nos cafés conversando, o que combina bem com o inverno. Existem muitos cafés e confeitarias por lá, desde os mais simples até os Starbucks da vida. Então, uma boa pedida no inverno grego é entrar no clima e degustar sem muita pressa um bom café ou outra bebida quente nesses locais.

Concluindo…

Fica difícil tentar dar uma opinião conclusiva sobre o assunto, pois fazer uma viagem para a Grécia no inverno vai depender exclusivamente do seu perfil de viajante e de suas preferências.

Se você não estiver muito interessado em praias, quiser economizar e gostar de tranquilidade, o inverno é uma boa opção. Mas se quiser curtir tudo o que as ilhas gregas tem para oferecer, deixe para ir num mês mais quente.

Eu fui em janeiro por ser o único mês em que consegui férias. Não me arrependi e curti pra caramba a viagem. Mas se eu tiver outra oportunidade de ir para a Grécia quero sim ir numa época mais quente, desta vez exclusivamente para aproveitar melhor as ilhas e talvez alguma outra coisa que não pude ver no interior do continente.

Buraco do Padre, Ponta Grossa-PR: o que é preciso saber

Eis um lugar de beleza surpreendente, acesso muito fácil e nome engraçado…

Apesar de ter morado por 4 anos em Ponta Grossa, vergonhosamente nunca fui até o Buraco do Padre e só fui fazer isso muitos anos depois. Se soubesse como é bonito, teria ido muito antes. Bem, mas finalmente é mais um destino que posso marcar com um “ok” na lista infinita de locais a serem conhecidos…

Pensa num lugar bonito…

O que é?

Se você nunca ouviu falar do local tenho certeza de que está se perguntando do porquê desse nome, digamos, um tanto estranho… Bem, duplos sentido à parte, o nome do local está ligado à história dos padres Jesuítas que lá meditavam. O Buraco do Padre é uma furna (literalmente um imenso buraco na terra, formado pela erosão do solo) que apresenta em seu interior uma cascata de 30m, formada pelo Rio Quebra Perna. É realmente uma formação natural bem interessante e diferente de tudo o que eu já vi. Tá, eu não vi taaanta coisa assim do mundo, mas garanto que é muito bonito!

O acesso é bem tranquilo, pois desde que se tornou uma Unidade de Conservação toda a infraestrutura necessária foi implantada por lá.

Para entrar no local inicialmente é preciso passar por uma portaria, onde se paga o ingresso (R$ 20,00 “inteira” ou R$ 10,00 “meia” em dezembro/2018). Uns 500 metros adiante existe um estacionamento com churrasqueiras, banheiros e um café.

Para acesso à furna a partir do estacionamento é necessário percorrer uma trilha de 1km a pé. O acesso é fácil, permitindo que cadeirantes e pessoas com dificuldade de locomoção cheguem lá, graças a rampas e pontes de madeira. Não é um passeio no shopping, mas quase, de tão fácil que é.

É possível tomar banho na rasa piscina natural que se forma lá dentro, mas a água que cai da cachoeira é gelada, sensação que se torna mais forte devido ao fato de que o sol quase não penetra na furna.

Não é muito fácil obter boas fotos do local devido às suas características e pouca luminosidade
O acesso é através de passarelas de madeira, muito tranquilo

Como chegar

O Buraco do Padre fica na Região de Itaiacoca e é uma Unidade de Conservação (acho que eu já disse isso), não sendo permitido acampar por lá (isso eu não disse, por isso a frase repetitiva). 

O jeito mais fácil de chegar é de carro (ou moto, caminhão, scooter… ah, você entendeu), mas caso você esteja sem um veículo é possível ir com excursões ou até mesmo de Uber. Até mesmo uma pedalada pra lá é bacana, dependendo do seu tempo e disposição.

Para quem vem pela BR-376 (Rodovia do Café) no sentido Curitiba-Ponta Grossa é possível desviar o centro de Ponta Grossa indo pela Rodovia do Talco. O acesso fica à direita entre as fábricas da Makita e Cargill, no bairro Cara-Cará, poucos quilometros antes da entrada da cidade (trajeto em violeta). Uns 10Km depois se chega na PR-513, que é asfaltada, onde você vai entrar à direita, percorrendo mais 5,3Km por ela (azul claro). Fique atento à sinalização, pois numa curva entra-se à direta numa estrada de terra (azul escuro). Aí serão aproximadamente mais 6Km até o Buraco do Padre.

Tanto a Rodovia do Talco quanto a estradinha do acesso final ao Buraco do Padre não são pavimentadas, porém estão em boas condições. Caso esteja com um carro baixo e queira evitar muitos quilometros de estradas de terra, a opção é atravessar a cidade de Ponta Grossa deixando a Rodovia do Talco de fora, porém a volta será bem grande.

Pra quem vem de dentro da cidade de Ponta Grossa: segue-se para o bairro Uvaranas sempre pela Av. Carlos Cavalcanti. Após o Campus Uvaranas da UEPG deve-se percorrer 16 km pela PR-513 (amarelo e azul claro) até chegar na entrada (azul escuro) já citada acima.

Fenda da Freira

Ok, quem deu esses nomes aos locais realmente parece que estava de zoeira… Mas realmente próximo ao Buraco do Padre existe também a Fenda da Freira para se ver! Aliás, este é o post dos nomes estranhos… Ponta Grossa, Cara-Cará, Rodovia do Talco… E por fim a Fenda da Freira…

O acesso é por uma trilha curta, mais íngreme e sem nenhuma estrutura, diferente da que leva ao Buraco do Padre. É preciso levar equipamento de escalada, cordas e botas com grampos. Mentira, não precisa de nada não, é bem fácil e não levei mais do que uns 15 minutos para chegar na fenda que é, como o nome diz, uma “rachadura” entre dois paredões de pedra que avança vários metros morro adentro. E ainda fui com roupas bem inadequadas para andar em trilhas. Destaque para a vista muito bonita que se tem do alto do morro.

Vista do alto do morro, no caminho para a Fenda da Freira

Sorry, acabei esquecendo de fotografar a fenda, pra ver como é dá um olhada no Google aí…

Algumas placas dizem que a trilha é perigosa para crianças, etc. Mas não acho que seja, desde que não sejam muito pequenos e estejam sob a vigilância dos pais.

Veja o buraco de cima

É possível também ver por cima o Buraco do Padre. Se chega lá por uma trilha curta, que é uma ramificação da trilha que leva até a fenda da freira. É pouco sinalizada essa trilha e meio difícil de explicar como encontrá-la, mas estando lá você acabará achando. Acredito que pelo fato de que o alto do Buraco do Padre é um local meio perigoso a administração do parque não divulga muito.

Foi mal, mas também vou ficar devendo uma foto dessa parte… Estava numa vibe mais de explorar o local e acabei deixando de fotografar.

Bem próximo desse ponto tem também a “Toca do Morcego”, uma cachoeirinha bem simpática com uma pequena piscina natural excelente para um banho. Tem uma placa lá indicando onde fica.

A “Toca do Morcego”

Bom, acho que isso é o essencial que tenho a dizer sobre o lugar. Informações bem completas sobre valores de entrada, horários, etc estão disponíveis neste link:

http://www.pontagrossa.pr.gov.br/buraco-do-padre#slide-3-field_image-6706

Ahh… próximo de lá existe a Cachoeira da Mariquinha (claro que tinha que ter um nome meio “estranho”), vou falar dela em um próximo post.

Torres del Paine: como é a caminhada até as torres de pedra

Chega a ser surpreendente que o fantástico Parque Torres del Paine no Chile não seja um destino tão conhecido pelos brasileiros, pois além de ser imenso, com uma área de aproximadamente 242.000 hectares, tem paisagens de tirar o fôlego.

Dentro dessa imensa área se encontra a cadeia montanhosa Del Paine, com as famosas Torres del Paine que dão nome ao local, além de uma grande quantidade de lagos, rios, cascatas e glaciares. Um mais lindo que o outro, diga-se de passagem.

Localizado na Patagônia chilena, existe como parque desde o final da década de 1950 e foi declarado Reserva da Biosfera pela UNESCO em 1978.

O parque é tão grande e tem tantas atrações que o ideal para conhecê-lo é acampar por alguns dias por lá e a cada dia fazer um trajeto diferente. Para isso existe alguma estrutura lá dentro e todos os equipamentos podem ser alugados na cidade de Puerto Natalaes.

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Vista da trilha que segue para as torres de pedra

Existem circuitos de trilhas tão grandes que levam vários dias para serem completados. O circuito “W” leva aproximandamente 4 dias e são 76,1 Km. Já o circuito “O” leva em torno de 7 dias e são 93,2Km! Ou seja, são circuitos para quem está realmente disposto a passar vários dias acampando e caminhando dentro do parque. O nome desses circuitos se deve aos trajetos, que se assemelham a um W ou O se vistos do alto.

Aqui tem bastante informação a respeito dos acampamentos e refúgios que existem dentro do parque, as comodidades que cada um oferece e os custos para quem deseja passar alguns dias por lá:

http://www.wikiexplora.com/Parque_Nacional_Torres_del_Paine#Distancias_adentro_del_Parque

Mas para quem não tem tempo (como era o meu caso) ou disposição para isso, existe uma opção bem bacana que é fazer a trilha até as famosas torres de pedra, o coração do parque, ou seja:

Um “trekking day” em Torres del Paine

A trilha não chega a ser pesada, mas exige algum preparo pelo menos, pois são no mínimo 8 horas entre ir e voltar desde a recepção do parque até a base das torres. Eu classificaria como nível de dificuldade mediano, mas se você estiver há muito tempo sem atividade física pode sofrer um pouco.

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Pontes ao longo da trilha. Ao fundo um alojamento

Como chegar em Torres del Paine

Uma coisa interessante é o isolamento do parque, o que é bem bacana por sinal, pois ajuda a preservá-lo. A cidade mais próxima é Puerto Natales e mesmo assim ela está a 112km da entrada do parque!

Puerto Natales é o principal ponto de entrada para os visitantes do parque e também o término da linha marítima proveniente de Puerto Montt, que fica uns 2.000Km ao norte. É uma cidadezinha bem pequena, mas bastante charmosa. A maioria dos turistas que não acampam no parque se hospedam por lá, ou ao menos passam por lá antes de se dirigir ao parque.

De Puerto Natales a Torres del Paine

Existem ônibus e vans que partem de Puerto Natales bem cedo rumo ao parque e retornam no final da tarde. Eles costumam buscar os passageiros onde estão hospedados, então basta contratar o serviço nas recepções dos hostels e hotéis no dia anterior.

O trajeto leva pelo menos uma hora e meia.

Dentro do parque

Chegando na recepção do parque é possível pegar uma van (que é paga à parte) do próprio parque e avançar alguns quilometros até o verdadeiro início da trilha ou seguir a pé até lá. Acho a opção da van melhor, pois não tem nada interessante pra se ver nesse trajeto inicial, é uma simples estrada plana e sem atrativos. Não compensa caminhar esse trecho e já chegar cansado na trilha.

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Quase no centro da foto, meio escondido entre as nuvens, o objetivo da caminhada: as 3 torres de pedra vistas da entrada do parque.

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Estacionamento na recepção do parque

Nesse ponto onde a trilha realmente começa existe um hotel com uma boa infraestrutura, que imagino não ser nada barato. Mas é uma opção de hospedagem dentro do parque, dependendo do seu perfil de viajante ou se pretende ir com família.

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Cabanas do hotel que existe dentro do parque, logo no começo da trilha

A trilha

Existem várias opções de trilhas mais curtas, mas para um trekking day com certeza a opção mais legal é ir até a base das torres.

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Um trecho da trilha para as torres

A trilha em si não tem pontos difíceis com escalada ou algo do gênero. Tanto que vi pessoas de várias idades percorrendo o caminho. Também não tem uma variação de altitude muito grande. Ela é apenas bem extensa (como já citei leva umas 4 horas do inicío até as torres), mas tem muitas paisagens fantásticas ao longo do caminho, o que torna a caminhada sempre muito interessante.

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Belas paisagens não faltam durante o percurso

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Mesmo no verão é possível ver neve eterna em alguns pontos mais altos

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Com alguma sorte é possível ver os enormes condores sobrevoando as montanhas

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Na trilha…

A parte mais difícil da trilha é apenas no final, quando é necessário avançar subindo por um monte de pedras totalmente irregulares, sendo que ali não existe uma trilha propriamente dita, apenas marcações que indicam para onde seguir. O legal é que quando se chega nesse ponto e só se vê um monte de pedras a sensação é de “puxa, mas andei tanto e agora só tem isso?”. E aí, logo que se vence as pedras, você dá de cara com um visual surpreendente, realmente de tirar o fôlego, daqueles que te deixam alguns segundos sem saber o que dizer! Esse é o ponto chamado de “Mirador Las Torres”, onde termina a trilha e se tem uma vista fantástica de um belo lago encravado num vale e as três torres de pedra ao fundo. É o tipo do lugar onde se precisa estar para entender e sentir, pois palavras e fotos não são suficientes descrever sua beleza!

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A parte sem trilha, onde se avança pelas pedras. Esses marcos laranjas indicam o caminho

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E finalmente, as Torres del Paine! Olhando assim isso parece pequeno, mas não se engane, caberia um navio nesse lago

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Depois de tanto esforço, a hora de relaxar, descansar e curtir a vista. Sempre tem mais gente nesse lugar, mas é amplo o suficiente para achar um cantinho e aproveitar o momento em paz…

É importante saber!

É importante não esquecer de levar comida e água, pois dentro do parque as opções são limitadíssimas ou até mesmo você não encontrará nada para comprar! Como é quase certo que você virá de Puerto Natales, então compre tudo por lá.

E, lógico, use roupas adequadas para trilha.

Quanto às temperaturas, a melhor época para ir é o verão, pois os invernos constumam ser gelados por lá. Eis uma tabela de temperaturas médias no parque

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov  Dez
Média (°C) 10.3 10.4 8.9 6.9 4.3 2.1 1.9 3.2 5.2 6.9 8.8    9.7
Máxima (°C) 14.5 13.8 12.6 11.1 10.2 7.3 7.9 6.7 7.4 9.4 11.5  13.2
Mínima (°C) 3.2 2.9 2.9 0.6 0.3 -1.5 -2.3 0.5 2.4 2.8 3.0     3.2

Ah, eu falei da caminhada até as torres, mas existem outros pontos fantásticos do parque que tem mais infraestrutura e acesso descomplicado, podendo ser conhecidos facilmente através de tours que partem de Puertos Natales. Você pode reservar um dia para a caminhada e outro para um tour desses.